Tendo em vista o novo cenário instaurado na sociedade pós-moderna, tratando-se da hipermodernidade por assim dizer, no que diz respeito aos movimentos sociais e às inteligências coletivas, é notável que a revolução tecnológica trouxe uma série de novos recursos midiáticos para sociedade. Transformando os paradigmas sobre o tempo, espaço e as próprias relações interpessoais, essas mudanças afetaram diretamente o dia-a-dia das pessoas. A partir destas novas variáveis é possível extrair pontos positivos e pontos negativos, já que todo momento de mudança consiste em apresentar situações a serem refletidas e ajustadas.
Em torno de todos estes novos parâmetros que o universo midiático nos trás, contudo sobre a internet, ainda não é possível prever resultados de longo prazo, porém já se pode identificar alguma mudança recente, ou algum próximo passo, devido ao ritmo progressivo destes novos eventos. Sem dúvida a internet possibilitou e potencializou, acima de tudo, a conectividade entre pessoas, empresas, lugares, e em seu melhor aspecto, configurou o que se entende por ciberesespaço. Um ambiente virtual capaz promover a sensação de estar mais próximo de alguém em qualquer lugar, a qualquer hora.
Contudo, podemos apontar a questão da interface como interferência do contato que temos com as coisas e a exigência que a internet nos instiga, a de estarmos conectados o tempo todo. Um dos pontos mais importantes sobre estas questões é o efeito que a rede tem causado nas relações interpessoais e comportamentais do cotidiano. O que é manifestado dentro da rede influencia e interfere no comportamento fora dela. Exemplos destas situações são reconhecidas ao observar que, hoje, as pessoas sentem-se sufocadas pela falta de tempo, e colocam para si a missão de manter contato com todos seus conhecidos. Trabalham em doses homeopáticas quando não estão no escritório, e retratam suas viagens para que o mundo inteiro possa acompanhá-la. Passamos a dar muita importância ao que criamos, ao que falamos e ao conteúdo que inserimos na rede, mais do que muitas vezes nossas próprias vivências. Identificamos aí a valorização excessiva do “eu”, da individualidade do ser.
Texto de autoria coletiva entre Akemi Takenaka e Thiago Barcelos.
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