terça-feira, 16 de março de 2010

Conceitos Urbanos

O arquiteto, artista, designer ou qualquer articulador dos recursos aplicados ao ambiente social, deve ter em mente que seu papel não é de impor a sua própria vontade, e sim de propor experiências significativas para os usuários destes meios em conjunto e em consonância com a própria característica local, intrínseca a sua própria identidade.

A urbanidade acolhe uma diversidade incalculável de tribos, personagens, lugares, identidades, linguagens e estilos de vida. A percepção e a ação de cada pessoa difere em sua singularidade, promovendo uma série de conceitos, dos quais nos foram incitados a pesquisa: o flâneur, a deriva situacionista, o le parkour e o flashmob.

O Flâneur

Termo francês designado por Charles Baudelaire, ao estilo de vida do indivíduo que permeia qualquer ambiente, observando e valorizando cada detalhe daquilo que o circunda
. O flanêur é simplesmente uma pessoa que vê o mundo com olhos diferentes da maioria da população, a sua visão é com riqueza de detalhes, e detalhes nas coisas mais simples. [via Bárbara]


Teoria da Deriva

"A deriva é um procedimento de estudo psicogeográfico – estudar as ações do ambiente urbano nas condições psíquicas e emocionais das pessoas. Partindo de um lugar qualquer e comum à pessoa ou grupo que se lança à deriva deve rumar deixando que o meio urbano crie seus próprios caminhos [...] É pensar por que motivo dobramos à direita e não seguimos retos, por que paramos em tal praça e não em outra, quais as condições que nos levaram a descansar na margem esquerda e não na direita..." [via Wiki]

Le Parkour

O le parkour é uma nova prática esportiva, onde os adeptos utilizam do ambiente urbano como obstáculo para suas atividades, que resumem-se em escalar, saltar e interagir com as estruturas arquitetônicas e com a própria natureza, com o intuito de buscar sempre uma nova superação e um bom acondicionamento físico. A simplicidade do seu estilo de vida saudável revela um potencial naturalista que estes adeptos se propõem a exercer.


Flash mob

"São aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou meios de comunicação social." [via Wiki]

Existem diversas maneiras de se praticar um flash mob, essas aglomerações muitas vezes estão relacionados a acontecimentos importantes da época, portanto com um cunho mais crítico, ou simplismente com o intuito de popularizar a prática ou apenas chamar a atenção, sair da rotina. Abaixo como exemplo o Pilow Fight, realizado na Praça da Liberdade em Belo Horizonte em 2009.




Sendo assim, o arquiteto ou designer, como grande articulador destes eventos, dispõe de toda essa complexidade que a sociedade lhe impõe. Não é tarefa fácil fazer com que qualquer interferência física ou meramente visual tenha um significado plenamente concreto e pertinente, que possa definir de certa forma novos parâmetros de interação, e contribuir para a dialética entre o espaço vivido e concebido.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Retrato


Este foi o primeiro exercício feito para discussão com a turma. O objetivo era que um aluno retratasse um colega, e vice-versa, através das técnicas e ferramentas do photoshop, ensinadas nos workshops das aulas de Informática Aplicada a Arquitetura.

O colega retratado foi o Nuno Barbosa, 18 anos, vindo de Cabo Verde na África. Ele veio ao Brasil apenas para fazer o curso de arquitetura da UFMG e retornará para seu país quando se formar. Tive como objetivo elaborar uma ilustração que abstraisse suas características físicas e psicológicas. A abstração, para mim, refletiu o que ele me passou como primeira impressão. O seu distanciamento com relação a turma, a timidêz devido muito possivelmente ao próprio choque cultural etc. E pelo que conversamos, pude identificar em sua personalidade, que ele está, obviamente, muito ligado ao seu país, sua cultura e a liberdade natural que o mesmo lhe permite. Me pareceu uma pessoa simples, fechada.

Sendo assim tornei enfático o uso das formas arredondadas, e a presença do círculo, sendo o mesmo representativo do máximo da simplicidade formal, assim como as cores básicas atenuadas pela textura.

Todos os exercícios foram exibidos e discutidos em sala de aula, extraindo críticas e opiniões diversas e relevantes. Os professores apresentaram suas opiniões pessoais e críticas quanto a composição, uso da técnica, e referenciais importantes de artistas etc. Foi uma discussão muito rica.

Os professores acharam que ninguém conseguiu extrair ao máximo a proposta do exercício, era de se esperar um pouco, uma vez que ninguém tinha o domínio se quer básico das ferramentas. Solicitaram que todos os refizessem, já com um aprimoramento técnico e um olhar mais treinado e sensibilizado.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Percurso

Nunca tive o hábito de escrever sobre minha vida ou sobre qualquer assunto na web, me proporam fazê-lo e espero mantê-lo atualizado e coerente. Atualmente estou cursando o 7º período de Design Gráfico na Escola de Design da UEMG e há pouco mais de um ano descobri minha grande afinidade pela arquitetura. Desta forma, as semelhanças e singularidades de ambas as áreas, e o que podem promover em conjunto tem sido alvo da minha investigação e pesquisa.

Em 2009 participei de um Workshop durante a SIANA, realizado pelos professores e pesquisadores da Escola de Arquitetura da UFMG, José Cabral Filho e Ana Paula Baltazar e por sua equipe do LAGEAR. Nos foram apresentados o que denominaram aparatos (QUASE) caseiros para arquiteturas interativas. Neste encontro percebi a aplicabilidade disto no design, o que me causou enorme fascínio ao ver explicitamente que Design e Arquitetura estão interligados também no âmbito da computação.

Neste semestre estou tendo a grande oportunidade de estudar com a sua turma de alunos do primeiro período, nas disciplinas que compõem o Ateliê Integrado de Arquitetura (AIA). Trabalharemos a nossa percepção crítica sobre o espaço arquitetônico e urbano, culminando em discussões e trabalhos práticos, envolvendo também toda uma instrumentação técnica e bibliográfica a respeito da computação física (physical computing).

A proposta de criação do blog veio dos próprios professores aos alunos, para compartilharmos nossas experiências e visões críticas acerca do que é estudado em sala de aula. Publicarei também assuntos de meu interesse e estudo pessoal nestas áreas, para versatilizar o conteudo. E assim, espero contribuir e potencializar as possibilidades de interação e estímulo intelectual junto ao grupo de estudos, com o meu repertório e minha bagagem de design desenvolvidos ao longo destes três anos na academia.