sábado, 17 de abril de 2010

Mapa Mnemônico

Ao longo da evolução, o homem tem criado uma série de regras e subtefúrgios para estabelecer o convívio social, assim como para determinar a circulação e interação entre as esferas populacionais. Podemos observar hoje como são complexas as linhas de tráfego urbano, como são planejadas as cidades e suas vias. O Homem hoje tem à sua disposição todo este aparato e dele tira proveito como lhe convém, seja para a circulação em sua rotina de casa ao trabalho, ou para programas atípicos como passeios, ou para devaneios e meras perambulações em meio a profusão de informações imagéticas e sensoriais que o meio lhe provém - a própria teoria da deriva é capaz de explicar este segmento.

O arquiteto por sua vez, trabalha em conjunto com diversos profissionais, assim como o designer, e tem papel fundamental na criação destes complexos urbanos e do espaço geográfico construido. Já o usuário tem papel fundamental na utilização dos mesmos e consequentemente na sintetização dos resultados funcionais, sensoriais, fenomenológicos e nas diferentes formas de percepção que tais estruturas podem promover. Toda esta complexificação nos traz a uma reflexão sobre a dialética do espaço vivido e concebido, sobretudo sobre o espaço geográfico a partir da fenomenologia.

Para entender estes conceitos, nos foi proposto fazer um exercício de percepção no qual registramos através de desenho, as linhas de percurso entre o nosso lar e a Escola de Arquitetura da UFMG. Para isto criamos um Mapa Mnemônico, ou seja, um mapa baseado em nossas memórias, independente de representações cartográficas e sem qualquer fidelidade com a realidade. Abaixo segue a minha representação, já refinada em vetor, mostrando meu trajedo mnemônico de casa até a escola com alguns pontos de referência.

Em seguida foi feita uma sobreposição das linhas do meu mapa sobre o mapa real, extraido do Google Maps, onde é possível observar as diferenças e nuances entre as distâncias dos lugares representados.

Clique aqui para ser direcionado para navegação panorâmica.

A Fenomenologia, por sua vez, discute estas questões. Quando um espaço é representado de forma não congruente com a realidade cartográfica, não significa que tenha sido apenas erro de registro aleatóreo, ou total falta de domínio nas referências espaciais. Em resumo significa que "as experiências promovidas por aquele espaço/tempo promovem a distorção do espaço real para o vivido, interferindo substancialmente em sua percepção".

O artigo "Reflexões sobre o espaço geográfico a partir da fenomenologia", por Matusalém de Brito Duarte, Mestrando em Geografia pela UFMG, trata em detalhes estas questões.

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