sábado, 17 de abril de 2010

Panorama do Espaço Vivido

Após o estudo conceitual da percepção entre o espaço vivido e construído e com o resultado obtido com a análise do nosso percurso, nos foi proposto escolher um ponto específico do trajeto, que nos trouxesse sensações específicas e dignas de serem trabalhadas na próxima etapa de estudo. Foi proposto fazer o registro imagético deste lugar e conversar com alguém que passasse por alí para identificar a sua percepção, tentar entender como o outro percebe o espaço e transcender a realidade com esta outra visão. Com este registro de imagens por sua vez, foi criada uma narrativa panorâmica mesclando a minha percepção com a percepção do embaixador. O que o exercício promove é a extrapolação da linguagem do panorama convencional, abstraindo os conceitos da percepção.

"Panorama é o nome dado, grosso modo
, a qualquer vista abrangente de um espaço físico, ou seja, é uma ampla vista geral de uma paisagem, território, cidade ou de parte destes elementos, normalmente vistos de um ponto elevado ou relativamente distante."
[via Wiki]

Alguns exemplos de panorama convencionais podem ser encontrados nos links a seguir: Paris e Capela Sistina.

Em arquitetura é interessante este tipo de artifício, onde é comum o registro de ambientes em panorama. Algumas câmeras fotográficas inclusive possuem este recurso para facilitar o registro. Já o Quicktime VR da Apple é um software que possibilita a navegação de ambientes panorâmicos através de uma janela no computador com determinados comandos. Mas para isto, é preciso criar esta simulação em ambiente digital com softwares específicos, como o Stitcher Unlimited
da Autodesk, neste caso a ferramenta utilizada para o exercício proposto. Isto foi possível graças ao workshop realizado em salda de aula, ministrado pelas professoras Carmen e Ana Paula para este software.

Enfim, escolhi o trecho da Av. Afonso Pena que compreende ao Palácio das Artes e o Conservatório de Música da UFMG. Me chamam a atenção pelos contrastes arquitetônicos que estes dois estabelecimentos promovem na afonso pena. Um choque cultural na verdade, uma obra que representa o máximo do Modernismo e outra totalmente Neoclássica, ambas de beleza plástica inconfundível, e ao mesmo tempo em detrimento com o caos do trânsito local e a velocidade com que as pessoas passam por ali.

Em uma tarde entrevistei a Sra. Cleis, com idade média de 45 anos, que me passou detalhes sobre sua percepção daquele mesmo local. Por natureza ela não é uma pessoa apressada e ao passar por alí, lhe chama a atenção justamente a discrepância entre os elementos arquitetônicos construídos. Lhe agrada a beleza com que as formas foram elaboradas, as cores, a leveza, os ladrilhos da calçada. Para ela aquele lugar revela-se como um ponto de respiro acolhedor e convidativo.

Sendo assim, segundo a proposta do exercício, obtive como resultado a imagem abaixo, descrita pela narrativa que lhe procede. Uma miscelânea de formas e contrastes estruturais. Elementos de ambas as construções se misturando frente trânsito caótico.


"Me senti dividido em dois; Universos paralelos unidos pela realidade temporal; Realidades estéticas que dividem minha percepção; O adorno, a razão; Do caos a Emoção."

A navegação pelo panorama gerada pelo Stitcher Unlimited pode ser feita clicando aqui.


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